SOCIEDADE CRIACIONISTA BRASILEIRA
No Brasil, no mesmo ano da fundação do Institute for Creation Research nos EUA, foi fundada a Sociedade Criacionista Brasileira, inicialmente como iniciativa informal e posteriormente, em 2002 formalizada com personalidade jurídica sem fins lucrativos. Já mencionada em correlação com atividades desenvolvidas em conexão com outras Sociedades mais antigas criadas no exterior, a SCB tem também uma longa história que será resumida a seguir.
O interesse pelo Criacionismo foi despertado no fundador da SCB há cerca de 20 anos antes da própria fundação da Sociedade em 1972, quando começou a se interessar por temas bíblicos inicialmente relacionados com as profecias de Daniel e do Apocalipse e posteriormente com a Criação e o Dilúvio. A partir de então, começou ele a coletar informações, literatura e dados, não só bíblicos como históricos, arqueológicos, astronômicos, geológicos, paleontológicos, biológicos, linguísticos e de outras naturezas, referentes a esses temas. O acervo que então passou a ser constituído foi bastante abrangente e suficiente para caracterizar uma visão de mundo criacionista bastante bem fundamentada à luz da própria Ciência moderna.
Ao acompanhar a educação de seus filhos no nível médio, e observar então a verdadeira avalanche evolucionista derramada sobre eles em função dos currículos, livros didáticos e professores formados com a visão de mundo evolucionista em decorrência dos fatos já mencionados inicialmente neste breve histórico, foi despertada no fundador da SCB a consciência de que deveria ser provida em Português literatura em nível apropriado para que pelo menos os estudantes do ensino médio pudessem fazer uma opção consciente entre as duas visões de mundo opostas entre si – o Evolucionismo e o Criacionismo.
Desta forma é que surgiu então a ideia da fundação da SCB, com sede inicial na própria residência de seu fundador, o Professor da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, Engenheiro Ruy Carlos de Camargo Vieira.
Primeira sede da SCB, em São Carlos, SP (residência do Presidente da SCB)
Durante a permanência da sede da Sociedade em São Carlos, houve grande colaboração de numerosos apreciadores da causa criacionista, dentre os quais os que foram citados na comemoração do quadragésimo ano de vida da SCB realizada em novembro de 2012, indicados em ordem alfabética no Boletim da programação: Élvio Caetano, Francisco Batista de Mello, Haroldo Azevedo, Humberto Paulo Ricci, Juedi Mayor, Lélio Lindquist, Nahor Neves de Souza Jr., Rosenvaldo Donato, Ruth Jorge Azevedo e Welingtom Dinelli.
Cerca de trinta anos depois, com a mudança de seu fundador para Brasília, a sede da SCB foi transferida para a Capital da República, permanecendo inicialmente ainda em sua residência até mais tarde poder instalar-se em sala própria.
Segunda sede da SCB, em Brasília, DF, na então residência do Presidente da SCB
Detalhes da segunda sede da SCB, em Brasília, DF, com biblioteca e videoteca
A partir dessa nova fase, a Sociedade tomou um novo e grande impulso devido ao apoio irrestrito recebido de uma pessoa especial que merece destaque por ter incentivado o aprimoramento das publicações, a realização de encontros em vários níveis para o aprofundamento e a divulgação do conhecimento das teses criacionistas, o registro da Sociedade como associação civil sem fins lucrativos, a redação dos Estatutos, o aumento do acervo de espécimes minerais e fósseis, a elaboração de maquetes e modelos ilustrativos, e numerosas outras atividades. Seu nome é Rubens Crivellaro, a quem também já tinham chegado às mãos providencialmente, em Belém do Pará, todos os números iniciais das “Folhas Criacionistas”, despertando sua atenção e interesse na causa criacionista.
Voltando ao início das atividades da Sociedade, com o apoio de muitas outras pessoas movidas pelo mesmo propósito, a vida da SCB começou em São Carlos em 1972, praticamente com a publicação do primeiro número da “Folha Criacionista”, o periódico que visava desde então a divulgação daquela literatura apropriada para esclarecer devidamente a natureza filosófica das teses das duas visões de mundo que se excluem mutuamente, e ao mesmo tempo para deixar claro que o verdadeiro conflito é entre essas visões e não entre Ciência e Religião como se tem propalado.
Primeira “Folha Criacionista” publicada na Gráfica da EESC-USP
Em conexão com a publicação das “Folhas Criacionistas”, a SCB passou também a divulgar informações sobre os escassos livros existentes publicados em Português defendendo as teses criacionistas.
Dentre esses livros, entre outros, alguns são mencionados em seguida, para destacar a diversidade da sua procedência, indicativa do interesse difuso já então despertado pelo Criacionismo no Brasil.
Livros publicados por autores Adventistas
Livros publicados pela Editora Adventista CPB
Livros publicados respectivamente pela Editora Presbiteriana e pela Sociedade Torre de Vigia
Livros publicados por Editoras Católicas
Outra publicação criacionista que não pode deixar de ser mencionada é a famosa apostila “Ciência e Religião” elaborada em 1977/1978, por alunos do Professor Orlando Rubem Ritter, do então Instituto Adventista de Ensino, sucessor do antigo Colégio Adventista Brasileiro, hoje Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP. O texto dessa publicação abrange basicamente o conteúdo das aulas da disciplina de mesmo nome ministrada pelo Professor Ritter durante décadas no Seminário Teológico Adventista e nos demais cursos de nível superior mantidos por aquela instituição de ensino.
Dezenas de turmas dos vários cursos oferecidos durante o período em que a disciplina de “Ciência e Religião” foi lecionada no IAE e no UNASP tiveram a oportunidade de ter seus horizontes abertos pelos textos elaborados com maestria pelo Prof. Ritter em defesa das teses criacionistas. A SCB está terminando a revisão da segunda edição da apostila, que terá a forma de livro e deverá ser reeditada em meados de 2014.
Merece ser relembrado que foi o Prof. Ritter quem deu informações sobre a existência da Creation Research Society nos EUA, por ocasião de sua participação na “Semana da Cultura” idealizada pelo Pastor Leondenis Vendramin na Igreja Adventista de São Carlos e realizada em um clube da cidade em 1971. A partir de então é que passou a ser criada a SCB, inspirada na organização e propósitos da CRS.
Pastor Leondenis e esposa na solenidade de formatura da Escola Adventista D. Pedro II em 1971,
em São Carlos (foto acima), e entrega ao Prof. Ritter das provas para a reedição da sua apostila original, em 2011 (foto abaixo)