CERN: NOVAS EVIDÊNCIAS APONTAM QUE PARTÍCULA DESCOBERTA É O BÓSON DE HIGGS

 

Interessante notícia foi veiculada com o título acima pelo “JC e-mail 4684”, de 14 de março de 2013, que transcrevemos a seguir já que o assunto continua em aberto desde as primeiras notícias que veiculamos em nossos periódicos após ter vindo a público os primeiros resultados obtidos nos experimentos realizados no grande colisor de hádrons no ano passado.

 

A declaração contida no título desta notícia confirmaria uma das maiores descobertas do mundo da física, por se tratar de uma partícula cuja existência ainda não tinha sido comprovada mas que está relacionada com a teoria padrão da física moderna.

O Centro Europeu de Física de Partículas (CERN) revelou nesta quinta-feira que a análise dos traços de uma nova partícula elementar, que teve o descobrimento anunciado em julho do ano passado, “indica fortemente” que o componente se trata do “Bóson de Higgs”.

Com esta declaração, o centro de pesquisa confirmaria uma das maiores descobertas do mundo da física, por se tratar de uma partícula cuja existência ainda não tinha sido comprovada mas que está relacionada com a teoria padrão da física moderna.

“Após analisar uma quantidade de dados duas vezes e meia maior do que se fez no anúncio de julho, acredita-se que a nova partícula se parece cada vez mais com o Bóson de Higgs”, disse o CERN.

Os participantes dos encontros de Moriond sobre física na Itália, onde os resultados dos experimentos Atlas e CMS, do CERN, foram apresentados, foram os primeiros a receber a notícia, que se propagou rapidamente por diversos meios científicos e foi confirmada pelo CERN.

A partícula de Higgs é importante, pois se atribui a ela a propriedade de atrair e manter juntas as outras partículas elementares que constituem a matéria visível do Universo.

No entanto, os responsáveis pelo Atlas e o CMS, dois experimentos do Grande Colisionador de Hádrons (LHC) que trabalharam de maneira paralela, embora independente, na busca da partícula, não se aventuraram ainda a declarar com total certeza que se trata do elemento descoberto em 1964 por Peter Higgs.

“Ainda não está solucionado se se trata do Bóson de Higgs do modelo padrão de física de partículas ou possivelmente o mais rápido de uma série de bósons preditos por algumas teorias que vão além do modelo padrão. Encontrar a resposta levará mais tempo”, esclareceu o CERN.

Os responsáveis assinalaram que a maneira de demonstrar ou descartar que se trata da partícula é a forma pela qual ela “interage com outras partículas e por suas propriedades quânticas”.

Por enquanto, as características verificadas são compatíveis com o Bóson de Higgs, mas para os cientistas isto ainda não é suficiente para se ter uma resposta definitiva.

“Os resultados preliminares com o conjunto de dados de 2012 são magníficos. Para mim está claro que se trata de um Bóson de Higgs, embora ainda reste um longo caminho para saber que tipo de Bóson de Higgs é”, disse o porta-voz do experimento CMS, Joe Incandela.

Segundo o CERN, para determinar se o elemento é o Bóson de Higgs do modelo padrão, os experimentos Atlas e CMS têm que medir com precisão a taxa na qual o bóson se desintegra em outras partículas e compará-la com os prognósticos teóricos.

A dificuldade de todo o processo de verificação é que a detecção deste bóson é um fato muito raro e ocorre em um caso para cada um trilhão de colisões de protón-protón.

Além disso, considera-se que, para caracterizar a maneira pela qual ele se desintegra, seriam necessários muitos mais dados do LHC.

Esta é uma maneira típica pela qual são veiculadas notícias de divulgação científica que apenas servem para deixar confuso o leitor que busca maior conhecimento sobre assuntos que se tornaram manchete nos meios de comunicação, mas sobre os quais praticamente nada de maior conteúdo é divulgado.

Analisando friamente a notícia, verifica-se que o título dado (NOVAS EVIDÊNCIAS APONTAM QUE PARTÍCULA DESCOBERTA É O BÓSON DE HIGGS) na realidade é apenas a declaração de um desejo, pois o próprio texto inicial afirma que “A declaração contida no título desta notícia confirmaria(no condicional) uma das maiores descobertas do mundo da física”, e continua sempre com condicionantes semelhantes.

De fato, logo em seguida é afirmado que “o descobrimento anunciado em julho do ano passado, indica fortemente que o componente se trata do Bóson de Higgs”, e ainda mais “acredita-se que a nova partícula se parece cada vez mais com o Bóson de Higgs“. Não obstante, outros pesquisadores “que trabalharam de maneira paralela, embora independente, na busca da partícula, não se aventuraram ainda a declarar com total certeza que se trata do elemento (na realidade, “partícula”) descoberto (na realidade “previsto”) em 1964 por Peter Higgs”. A notícia continua afirmando que, o resultado até agora obtido “não é suficiente para se ter uma resposta definitivae que “encontrar a resposta levará mais tempo”, e ainda, que “para caracterizar a maneira pela qual ele se desintegra, seriam necessários muitos mais dados do LHC”.

O mais interessante é a fé expressa pelo porta-voz do empreendimento, de que “Para mim está claro que se trata de um Bóson de Higgs”, contraditoriamente à sua própria complementação afirmando que “embora ainda reste um longo caminho para saber que tipo de Bóson de Higgs é”.

 

Vista aérea ilustrando as dimensões do LHC

Vista aérea ilustrando as dimensões do LHC 

À esquerda, o Lago Lehman (Genebra) e ao fundo os Alpes

 

Não deixa de ser estranho ter certeza de que algo que se procura saber o que é, ao mesmo tempo pode ser um tipo daquele algo que não se sabe o que é! E, ao mesmo tempo, continua-se a nada saber sobre as evidências que aparentemente são e não são !!!

 

JC de 14 de março de 2013