A revista “National Geographic Magazine” publicou em seu número de julho de 2000 notícias sobre descobertas efetuadas no fundo do Mar Negro por pesquisadores, que foram associadas a evidências de uma inundação catastrófica que deveria ter ocorrido há cerca de 7.000 anos, segundo certos cálculos.
Logo no dia 29 de julho, as operadoras de TV por assinatura estavam veiculando um vídeo com intensa propaganda através dos meios de comunicação, com manchetes alusivas a “Uma catástrofe que mudou o mundo” e “O dilúvio de Noé – Em busca da verdade”.
Lamentavelmente, acabou sendo apresentada como verdade uma catástrofe local, ficando o dilúvio universal relegado à posição de um mito ligado à “ira dos deuses”, originado naquele episódio do mar Negro.
Os artigos apresentados a seguir visam resgatar o caráter verdadeiramente universal da catástrofe relatada no texto bíblico.
O DILÚVIO UNIVERSAL E O MAR NEGRO
Gary A. Byers
O Mar Negro
Não existindo sólidas evidências sobre o local do pouso da arca, uma interessante consideração foi feita a respeito do Mar Negro, situado a cerca de 800 quilômetros de distância do moderno Monte Ararate. Nesse local, em 1.999, algumas semanas após a descoberta do mais antigo naufrágio do mundo em águas profundas, no Mediterrâneo oriental, o explorador marinho Bob Ballard dirigiu outra pesquisa submarina patrocinada pela “National Geographic Society”. Famoso pelas suas descobertas anteriores dos navios Titanic, Bismark, e Yorktown, Ballard atua hoje como “explorador residente” da “National Geographic Society”, e dirige o “Institute for Exploration”.
Os esforços de Ballard deram continuidade a vários anos de pesquisas arqueológicas submarinas e em terra firme, na região de Sinop no Mar Negro. Em 1.998, uma expedição submarina havia identificado uma série de estruturas aparentemente construídas pelo homem. Mas foi somente em setembro de 2.000 que foram descobertas claras evidências de artefatos e estruturas feitas pelo homem, que foram fotografadas e mapeadas pela equipe de Ballard.
Um antigo dilúvio
A descoberta de Ballard complementou a pesquisa de William Ryan e Walter Pitman, relatada em seu livro “Noah’s Flood” (1.999). Trabalhando ao longo do litoral norte do Mar Negro, eles propuseram a ocorrência de um imenso derretimento glacial em 5.500 A.C. (7.500 anos atrás), que elevou o nível dos oceanos em todo o mundo em dezenas de metros. De acordo com Ryan e Pitman, essa imensa inundação foi a base para a história bíblica sobre o dilúvio nos tempos de Noé.
Os “Associates for Biblical Research”, embora acreditem que existam evidências científicas a favor do dilúvio bíblico universal, não acreditam que Ballard, Ryan e Pitman as tenham descoberto. Ballard descobriu evidências impressionantes de uma imensa inundação no passado, mas nenhum dos três pesquisadores acredita que elas sejam evidências de um dilúvio universal. E nós também concordamos com eles. O dilúvio universal foi de tal proporção que alterou completamente a superfície da Terra, e criou o leito geológico do Mar Negro. Esta inundação ocorreu após o dilúvio universal.
As descobertas de Ballard são deveras interessantes e oferecem uma singular visão de uma civilização antiga. É necessário que as pesquisas continuem para que se consiga datar a estrutura e identificar o povo que viveu no local. A inundação de Ballard foi impressionante, mas o dilúvio bíblico foi muito maior!
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O DILÚVIO DO MAR NEGRO FOI O DILÚVIO DE GÊNESIS?
Carl R. Froede Jr., P. G.
Evidências geológicas obtidas em amostras de rochas sedimentares retiradas do fundo do Mar Negro indicam a presença de flora e fauna que sugerem que a área no passado foi um lago de água doce bem menor. Recentemente foi proposto por alguns cientistas uniformistas que comunidades humanas pré-históricas vivendo nas adjacências desse lago foram rapidamente destruídas quando o Mediterrâneo transbordou e inundou o Mar Negro com água salgada. Alguns geólogos marinhos acreditam que esse evento foi a base para a história bíblica do dilúvio.
Entretanto, nenhum dos trabalhos que estão sendo dirigidos por esses pesquisadores tem qualquer relação com o dilúvio relatado nas Escrituras. Minha proposição é que as habitações submersas no mar Negro (se realmente forem habitações) representam comunidades pós-diluvianas que sofreram impacto adverso da rápida elevação do nível do mar, associada com o fim da Idade Glacial. O transbordamento do Mediterrâneo no Mar Negro forçou os habitantes das comunidades adjacentes às águas do pequeno lago de água doce a migrarem para regiões mais elevadas.
Conclusão
A descoberta de vilas submersas no Mar Negro (se novas pesquisas as confirmarem) possivelmente registra a elevação do nível do mar após o clímax da Idade Glacial. Muitas dessas comunidades humanas pós-diluvianas foram obrigadas a se deslocar de suas habitações devido ao rápido aumento do nível do mar associado ao fim da Idade Glacial. As estruturas que Ballard e outros puderam identificar no Mar Negro nada têm a ver com o dilúvio bíblico; ao contrário, elas refletem comunidades pós-diluvianas que viveram nas proximidades de uma fonte de alimentos e água.
Geólogos marinhos e oceanógrafos só agora estão começando a pesquisar estruturas submersas associadas com povos que se deslocaram devido ao aumento do nível do mar. Estou convicto de que muitas mais serão descobertas, especialmente ao longo do litoral que sofreu impacto devido à rápida elevação do nível do mar associado ao término da Idade Glacial. Brian Rucker e eu identificamos muitos desses sítios ao longo da costa da Flórida. Nada do que foi descoberto no Mar Negro defende a hipótese do dilúvio feita por Ryan e Pitman. Apenas tudo mostra que a Terra foi muito diferente durante a Idade Glacial. A elevação do nível do mar no final da Idade Glacial, que foi um evento recente, fez mais do que simplesmente elevá-lo globalmente – ela deslocou várias comunidades estabelecidas durante a Idade Glacial.
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O DILÚVIO: APENAS UMA CÁTASTROFE LOCAL?
William H. Shea
Um exame da evidência arqueológica e das tradições lingüísticas e literárias mostra que a simples inundação de um vale da Mesopotâmia não pode explicar adequadamente o dilúvio bíblico.
Criacionistas e evolucionistas discordam quanto ao dilúvio. Os criacionistas argumentam que a Bíblia é um documento divinamente inspirado e que seu registro do dilúvio descreve um acontecimento histórico real, um dilúvio universal. Os evolucionistas respondem à narrativa bíblica de diversos modos.
Alguns a rejeitam como não histórica e indigna de consideração séria. Outros, contudo, dão uma explicação que não concorda com a opinião criacionista.
Sugerem que houve um acontecimento histórico que fornece a base para a história, mas que a história tem sido muito exagerada em relação ao acontecimento original. Pensam que houve uma inundação local grave no rio Tigre ou no Eufrates (ou em ambos), e que essa inundação foi ampliada de tal modo que quando o relato chegou ao escritor ou escritores bíblicos, foi considerado um dilúvio universal.
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EVIDÊNCIAS GEOLÓGICAS DO DILÚVIO DE GÊNESIS
Ariel A. Roth
Um acontecimento como o dilúvio narrado em Gênesis haveria de deixar evidência significativa nas camadas de rochas da Terra. Quando essas camadas são examinadas, grande número de descobertas importantes sugere uma interpretação na base da ocorrência de um dilúvio. Durante um dilúvio universal, havia-se de esperar atividade catastrófica tão rápida quanto extensa, e pode-se ver tal evidência. Devemos ter em mente, porém, que, ao tratar de um acontecimento passado como o dilúvio, estamos lidando com interpretações e não com observações diretas.
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