Como vimos na notícia anterior apresentada neste número da Folha Criacionista, até mesmo em nosso país ultimamente têm sido feitas pelos meios de comunicação numerosas referências ao famoso “Processo Scopes”, ocorrido em 1925 em Dayton, Tennessee, Estados Unidos da América do Norte.

Tais referências, usualmente incompletas, incorretas e tendenciosas são apresentadas como pano de fundo para comentar decisões judiciárias tomadas mais recentemente pelos tribunais de alguns Estados norte-americanos ao julgarem questionamentos que têm sido feitos com relação ao ensino de Ciências.

De fato, tem sido questionado se a estrutura conceitual evolucionista (usualmente adotada para o ensino de Ciências) não ficaria caracterizada como sendo uma verdadeira religião (ironicamente sem Deus), bem como se a proibição da adoção de uma estrutura alternativa não constituiria um atestado à liberdade de consciência. Como se vê, o assunto é complexo e controvertido, e tem suscitado opiniões e decisões conflitantes no próprio âmbito do judiciário norte-americano.

A revista “Creation Ex-Nihilo”, publicada pela nossa congênere australiana “Answers in Genesis”, trouxe em seu número de março/maio de 2001 um breve artigo do renomado evangelista criacionista Ken Ham, sobre o “Processo Scopes”. Neste artigo, o autor, analisando o diálogo entre os dois advogados que se defrontaram no tribunal do Tennessee defendendo as posições opostas do Criacionismo e do Evolucionismo, ressaltou um dos pontos fracos da argumentação do famoso advogado William Jennings Bryan, na sua defesa do Criacionismo.

Trata-se da declaração feita por ele de que não julgava importante crer em uma Criação efetuada em seis dias, seis anos, ou seis milhões de anos.

A argumentação de Ken Ham é que, no fundo, o que estava em jogo nessa declaração era na realidade a autoridade do relato bíblico. “Por que os cristãos acreditam na ressurreição de Cristo? É porque as Escrituras a declaram. E por que deveriam os cristãos crer nos seis dias literais da Criação? Também porque as Escrituras o declaram!

A substituição de claras declarações da Bíblia por interpretações humanas as mais variadas possíveis, é o que tem levado a um verdadeiro colapso do cristianismo na civilização ocidental, conforme afirma Ken Ham, exemplificando com o exemplo da Inglaterra.

Antes da Segunda Grande Guerra, mais de 40% da população inglesa participava de cultos religiosos, e nos últimos dez anos apenas 7,5% da população freqüenta alguma igreja. A perspectiva é de que, dentro de 40 anos somente 0,5% da população ainda esteja indo à igreja, quando então “o cristianismo estará morto e enterrado naquele país”.

A razão para o abandono da Bíblia é resultado do abalo sofrido por ela em sua autoridade! Se os próprios primeiros versículos do primeiro capítulo do seu primeiro livro são despidos de sua autoridade, expressa na literalidade de seu texto, evidentemente existirão desconfiança, incredulidade e rejeição de todo o restante.

Não só em face do que já ocorreu no passado, como ilustrado pelo “Processo Scopes”, mas também em face do que tem ocorrido e está ocorrendo hoje, como mais recentemente nos casos dos estados de Arkansas e Kansas, é de importância para todos os criacionistas o acompanhamento do tipo de argumentação que tem sido usado para caracterizar o Criacionismo como religião, e simultaneamente descaracterizar o Evolucionismo como religião.

 

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