Folha Criacionista Nº. 59 – Setembro de 1998 – Ano 28

Nossa Capa

Em nossa capa apresentam-se as 36 combinações possíveis de dois dados individualizados pela sua côr. Na linha superior estão os 6 eventos possíveis no lançamento do dado vermelho. Na coluna da esquerda, idem, para o dado verde. No cruzamento das linhas com as colunas têm-se as 36 combinações possíveis. Nas diagonais traçadas de baixo à esquerda, para cima à direita, encontram-se as combinações cuja soma corresponde ao mesmo valor. Por exemplo, todas as combinações que levam à soma igual a 7 estão localizadas ao longo da diagonal principal. Embora somente existam três combinações possíveis de números que somem o valor 7 (6 e 1, 5 e 2, 4 e 3), existem seis combinações de dados que levam ao mesmo valor, levando-se em conta que eles estão individualizados pela sua côr.

A figura é ilustrativa das probabilidades existentes ao se lançarem os dois dados. A probabilidade de se obter a combinação dos dois números 1 (caso do cruzamento da primeira linha com a primeira coluna) é de 1 em 36.

Entretanto, a teoria das probabilidades lida sempre com o geral (grande número de eventos), e nunca com o particular (um evento específico). Assim, se um jogador tirasse 100 vezes em seguida a combinação dos dois números 1, isso não afetaria a probabilidade, que permaneceria 1 em 36. O conceito de probabilidade é teórico, e curiosamente tem ela sido comparada com a fé: “se por um lado é improvável, por outro é imutável”.

A teoria das probabilidades foi elaborada por três franceses em meados do século XVII: um nobre de vida faustosa, o Cavaleiro De Méré, e dois matemáticos de horas vagas, Blaise Pascal e Pierre de Fermat. Os interesses principais de Pascal eram a filosofia e a religião, e também a Geometria Projetiva. Fermet era jurista e foi um dos fundadores da teoria dos números.

Na década de 1650, um encontro casual entre De Méré e Pascal despertou o interesse deste na solução de um problema que de há muito fascinara os jogadores: como dividir os lucros em um jogo de dados que precisa ser interrompido. A partir da correspondência trocada entre Pascal e Fermat desenvolveu-se a teoria das probabilidades – as “leis do acaso”.

Embora a teoria das probabilidades ainda guarde a estigma de sua origem, não se restringe hoje a jogos de dados e cartas, sorteios e lances. É ela a principal ferramenta da estatística com todas as suas aplicações importantes e úteis.

Há uma diferença fundamental entre os jogos de azar e a maioria dessas outras aplicações. No jogo, é sempre possível, embora às vezes difícil, enumerar todos os eventos possíveis. Na probabilidade estatística, ou seja, nas aplicações em que se busca descobrir o que poderá acontecer em situações da vida real, não é possível enumerar todos os eventos que poderiam ser previstos. Desta forma, o problema é conseguir uma amostra experimental bem ponderada e então finalmente avaliar a probabilidade de estar ela representando eficazmente todos os eventos possíveis.

MOLÉCULAS ENANTIOMORFAS

A Química Orgânica ou Química do Carbono é um dos mais fascinantes campos da ciência. As várias substâncias orgânicas podem ser classificadas de forma lógica, segundo funções características, como Hidrocarbonetos, Álcoois, Éteres, Ácidos, Aldeídos, etc.

A disposição dos átomos nas moléculas orgânicas pode ser estudada de forma racional, partindo-se das possibilidades de combinações dos seus átomos constituintes. Analisando-se essas possibilidades, conclui-se que é freqüente a possibilidade de se encontrarem moléculas “enantiomorfas”, isto é, moléculas que sejam imagens especulares uma da outra, de tal forma que, mesmo sendo idênticas do ponto de vista quantitativo, isto é, contendo igual número dos diversos átomos que as compõem, são distintas na sua estrutura espacial. Uma ilustração desse “enantiomorfismo” são as nossas duas mãos. Elas são basicamente imagens especulares uma da outra. Não é possível superpormos a nossa mão direita à nossa mão esquerda, da mesma forma como não podemos vestir na mão direita uma luva da mão esquerda.

Para diferençar duas moléculas enantiomorfas entre si, utilizam-se técnicas que envolvem luz polarizada, que permitem a sua distinção em função do desvio da luz para a direita ou para a esquerda. As moléculas que desviam a luz para a direita são chamadas de “dextrógiras”, e as que a desviam para a esquerda, são as “levógiras”.

Na realidade, o fato mais surpreendente relacionado com o enantiomorfismo é que todas as substâncias orgânicas incorporadas nos seres vivos são levógiras! E ainda mais, sobrevindo a morte, inicia-se imediatamente a “racemização” das moléculas, isto é, a sua transformação gradativa de levógiras em dextrógiras, de tal forma que, com o decorrer do tempo, se chega a proporções iguais desses dois tipos de moléculas. Este fato tem sido utilizado em medicina legal para determinar o tempo ocorrido desde a morte de uma pessoa, através de métodos e técnicas especialmente desenvolvidos para essa datação.

Em conexão com estas considerações, tem sido feita uma reavaliação dos resultados da célebre experiência de Stanley-Miller que tentou produzir moléculas orgânicas – amionoácidos, no caso – em dispositivo especialmente planejado para essa finalidade (Ver Folha Criacionista número 50). O fato de terem sido sintetizadas nessa experiência simultaneamente moléculas dextrógiras e levógiras, na proporção de 50% cada, é bastante significativo! Na realidade, essa experiência que ficou tão famosa, e conhecida como tendo realizado a “síntese da vida” em laboratório, à luz do que acaba de ser exposto nada mais fez do que “sintetizar a morte”!

A aplicação da teoria das probabilidades ao estudo da evolução química (formação de aminoácidos ou proteínas ao acaso) e biológica (formação de uma célula viva original) leva a conclusões que depõem fortemente contra as pressuposições do evolucionismo – é uma impossiblidade estatística a origem ao acaso de uma célula viva, de proteínas, ou sequer de um aminoácido!

Recomendamos aos nossos leitores o livro do Prof. Fernando De Angelis, “A Origem da Vida”, que em seu Apêndices nº 3 considera de maneira bastante acessível as probabilidades de origem de uma proteína simples, ao acaso.

Editorial

Completando o seu vigésimo oitavo ano, a Sociedade Criacionista Brasileira traz à luz este número 59 de seu periódico, a Folha Criacionista, com o seu respectivo encarte, a “Folhinha Criacionista Número 4”.

Este ano de 1998 foi um ano repleto de atividades, que exigiram notável esforço da parte dos editores e de seus colaboradores voluntários mais próximos, que nunca negaram apoio para o desenvolvimento dos trabalhos da Sociedade.

Assim, foi possível inaugurar a nossa Home-page na Internet, que até o final do ano já havia sido visitada por quase duas mil pessoas. Não se poderia deixar de apresentar aqui, de público, os nossos agradecimentos à pessoa de nosso colaborador voluntário Marcus Vinícius de Paula Moreira que despendeu parcela ponderável de seu precioso tempo para tornar realidade esse sonho acalentado há tanto tempo.

Foi possível, também, iniciar uma parceria profícua com a Universidade de Santo Amaro, que, através do seu Programa Editorial deu apoio para a publicação da tradução do livro “A Origem da Vida”, de autoria do Professor Fernando De Angelis, e que deverá ainda apoiar a publicação da tradução do livro “Inventando a Terra Plana”, de autoria de Jeffrey Burton Russell.

Mediante apoio específico do Instituto Adventista de Ensino, foi possível também publicar a reimpressão da segunda edição do livro “O Sábado”, de autoria de Guilherme Stein Jr., cuja primeira impressão esgotou-se rapidamente.

Foi possível, também, realizar outro sonho de há muito acalentado – a publicação de dois volumes de autoria de Guilherme Stein Jr., e o preparo do terceiro volume para a publicação ainda no primeiro semestre de 1999. Os dois volumes publicados intitulam-se “A Torre de Babel e seus Mistérios – Interpretação Cristã de Vinte Séculos de Mitologia”, e “A Origem Comum das Línguas e das Religiões – Primeira Parte”. O terceiro volume corresponderá à Segunda Parte.

Como contribuição específica a ser apresentada ao I Encontro Internacional de Criacionistas, em São Paulo, em janeiro de 1999, puderam também ser publicados dois outros trabalhos sob os auspícios da Sociedade. O primeiro, intitulado “Um Tronco Comum para os Idiomas”, dá uma visão geral das obras de Guilherme Stein Jr. sobre a origem comum das línguas e das religiões, com o objetivo de divulgar esse trabalho pioneiro de uma forma sucinta. O segundo, intitulado “Dicionário de Raízes Primitivas”, é de autoria de Luiz Caldas Tibiriçá, e tem interessantes pontos de convergência com o trabalho de Guilherme Stein Jr., embora sob uma focalização inteiramente distinta. A leitura e a comparação de ambos os trabalhos poderá ser bastante útil para os interessados nas origens da linguagem humana.

Neste número da Folha Criacionista, temos a satisfação de apresentar a tradução de mais um interessante artigo de Jerry Bergman, a quem poderíamos chamar também de nosso colaborador voluntário, em face do constante estímulo que nos tem dado, na correspondência que temos mantido. Além de outro interessante artigo originalmente publicado no “Quarterly” da Creation Research Society, de autoria de Steve W. Deckard, estão também sendo publicadas duas colaborações de autores brasileiros – um breve e interessante apanhado sobre “A Verdade Contida em um Grão de Mostarda”, e um excelente gráfico ilustrativo da “Geocronologia Bíblica”, de autoria de Nahor Neves de Souza Jr.

Ao olharmos para trás, e vermos que cada vez mais as nossas atividades estão encontrando receptividade por parte de numerosas pessoas e entidades, alegramo-nos por termos podido completar nossos vinte e oito anos, esperando chegar aos trinta anos por ocasião da passagem do século, que tão celeremente se aproxima.

Renovamos os nossos agradecimentos a todos que nos têm apoiado de qualquer forma, e especialmente aos nossos leitores, com quem também temos trocado correspondência que bastante nos tem incentivado.

ARTIGOS

O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE CIÊNCIA?

Nota Editorial da S. C. B.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CIÊNCIA, EVOLUCIONISMO E CRIACIONISMO

Ruy Carlos de Camargo Vieira

TERIA A CIÊNCIA CAPACIDADE PARA FORMAR UMA MODERNA VISÃO DE MUNDO?

(baixar PDF)

Steve W. Deckard
Creation Research Society Quarterly, março de 1997

O MECANISMO DE AJUSTE FINO REVELADO NO DELICADO EQUILÍBRIO DAS FORÇAS QUE ATUAM SOBRE A TERRA

Jerry Bergman
Creation Research Society Quarterly, setembro de 1996

ALGUNS FATOS SOBRE O OUVIDO E A AUDIÇÃO

Nota Editorial da S. C. B.

A VERDADE CONTIDA EM UM GRÃO DE MOSTARDA

Os Editores

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