Com o título acima, a revista “Scientific American Brasil”, em seu número de abril de 2003 publicou um artigo de autoria de Richard O. Prum e Alan H. Brush versando sobre a controvérsia evolucionista a respeito do que teria surgido primeiro – as penas ou as aves?
São apresentadas no artigo interessantes considerações sobre “cabelos, escamas, pêlos, penas, … formas que a natureza inventou para proteger o corpo”. Na realidade, o assunto principal é a “evolução da pena” “ao longo dos períodos inacessíveis dos tempos pré-históricos”. Não deixa de ser curioso o novo campo da “biologia do desenvolvimento evolutivo”, indicado pela sigla evo-devo, que os autores apresentam como a última novidade no campo da teoria da evolução. Segundo essa teoria, a pena evoluiu numa série de estágios, cada um deles baseado “em uma inovação evolutiva relativa à forma pela qual as penas se desenvolviam, e que depois serviu de alicerce para a inovação seguinte”. Enfim, praticamente as mesmas hipóteses do Darwinismo!
Na realidade, o que chama a atenção de maneira bastante positiva são as magníficas ilustrações da estrutura das penas apresentadas em cinco páginas do artigo.
O artigo termina apresentando, no subtítulo específico “Um outro olhar”, outras considerações, que fazem menção aos criacionistas “e outros céticos a respeito da evolução”, que transcrevemos a seguir pela importância de que se revestem no contexto do assunto abrangido por este número da Revista Criacionista: …
Graças aos dividendos proporcionados pelas descobertas recentes, agora os pesquisadores podem reavaliar as várias hipóteses anteriores a respeito da origem das penas. A nova evidência da biologia do desenvolvimento é particularmente prejudicial à teoria clássica de que as penas evoluíram a partir de escamas alongadas. Segundo essa visão, as escamas transformaram-se em penas primeiro alongando-se, depois adquirindo bordas com franjas e finalmente produzindo bárbulas com ganchos e saliências. Mas, como vimos, as penas são tubos: os dois lados planares da lâmina – em outras palavras, a parte da frente e a de trás – são criadas pela parte interna e externa do tubo somente depois que a pena se desenvolve a partir de sua bainha cilíndrica. Por outro lado, os dois lados planares de uma escama desenvolvem-se a partir do lado de cima e de baixo da excrescência epidérmica inicial que forma a escama.
A evidência recente também enterra a teoria popular de que as penas evoluíram principal ou originalmente para o vôo. Agora sabemos que as penas só surgiram depois da formação de um germe tubular e de um folículo na pele de algumas espécies. Portanto, a primeira pena evoluiu porque o primeiro tecido tubular que rompeu a pele ofereceu algum tipo de vantagem em termos de sobrevivência.
Os criacionistas e outros céticos a respeito da evolução apontaram há muito tempo as penas como um exemplo das deficiências da teoria evolutiva. Não há formas de transição entre as escamas e as penas, afirmam. Além disso, perguntam por que a seleção natural para o vôo primeiro dividiria uma escama alongada e depois criaria um novo mecanismo complicado para reorganizá-la outra vez. Agora, numa reviravolta irônica, as penas oferecem um exemplo perfeito da melhor forma de estudar a origem de uma novidade evolutiva: concentrar-se na compreensão daquelas características que são genuinamente novas e examinar sua formação no desenvolvimento de organismos modernos. Esse novo paradigma da biologia evolutiva certamente vai esclarecer muitos outros mistérios. Para isso é preciso dar asas à imaginação.
Realmente, continua a haver necessidade de grandes vôos da imaginação, como sempre, independentemente do paradigma novo (que aparentemente é exatamente igual ao velho) desde que a estrutura conceitual envolvida seja a evolucionista!
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