Introdução
Construir visões é bem próprio do ser humano, entendendo-se por visões modos de ver as cousas.
Bem cedo na vida, na infância, no lar, na rua e em outras partes começam a ser construídas visões. Geralmente simples, limitadas, podendo contudo ser até bem coloridas.
Com a escolarização, com o ajustamento existencial com a interação humana, com a reflexão que pode acompanhar o correr dos anos, as visões vão sendo alargadas, aprofundadas e complicadas.
O ver, o contemplar, o imaginar, vão sendo permeados e completados pelo enxergar, ou seja, a percepção passa a ser permeada ou mesmo dirigida pela razão.
Nesse estágio, uma visão seria um modo de ver e pensar o mundo. Nessa fase, visões podem vir a ser marcadas por pressuposições pessoais que atuam como molduras, influenciando assim os fatos considerados dentro da visão construída. Assim, pessoas diferentes podem olhar o mesmo mundo e construir visões diferentes.
Na construção de visões do mundo, uma preocupação que pode surgir diz respeito ao problema das origens. Como tudo começou?
Logo surgem pressuposições, algumas colocando o acaso na origem de tudo, outras colocando um Criador, marcando assim as visões construídas.
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O criacionismo também se apoia em evidências, muitas delas de caráter científico, que sugerem fortemente que o acaso não pode estar atrás da origem das cousas e dos seres.
Segundo a visão criacionista, os seres e as cousas foram criadas por Deus em atos criativos especiais e no caso do planeta Terra, esta criação teve lugar numa semana literal de sete dias.
Os seres foram criados perfeitos de acordo com o plano original do Criador, segundo formas ou tipos básicos de vida (min, em Hebraico, na Bíblia) e tais que mudanças, sejam mutações ou respostas a ações ambientais desde então ocorridas, não ultrapassem seus limites originais. Cada ser se multiplicando “conforme sua espécie” (min), de acordo com a linguagem bíblica.
O fato do homem deliberadamente ter-se separado do Criador, resultou num processo geral de desordenamento e decadência que atinge as cousas e os seres criados e que só poderá definitivamente ser sustado e revertido por nova ação direta do Criador.
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Evidências de Desígnio
A existência ou não de desígnio no mundo é uma questão relevante quando se tenta construir uma cosmovisão. Obviamente a visão criacionista é fortemente suportada por evidências de desígnio.
Contudo, o fato da visão criacionista admitir a existência de planejamento ou propósito no mundo, não quer necessariamente dizer que a esta altura sejam conhecidos todos os propósitos do Criador. Não será, por exemplo, tarefa fácil inferir quais os propósitos na criação de nuvens de poeira cósmica, quasares, novas e supernovas, estrelas pulsantes, cometas, meteoros, planetas em degradação, planetóides, trilobitas, dinossauros ou pernilongos. Contudo, captando propósito, desígnio e sabedoria em tantas obras criadas, o criacionista confia e crê no acerto dos planos do Criador e Deus Onipotente e Onisciente.
Já a visão evolucionista do universo e do mundo assenta sobre a ocorrência do improvável e sobre processos de variação ao acaso, produzindo, após longuíssimos períodos de seleção natural, uma cadeia evolutiva contínua e terminando no momento em populações de seres vivos, inclusive de pessoas, com todos os seus hipotéticos ancestrais e ostentando seus cérebros reconhecidos como os mais ordenados e complexos arranjos de matéria no universo.
Conclusão
Muito mais poderia ser considerado tendo em vista construir uma visão criacionista do mundo. Contudo, os elementos mencionados permitem reflexão e levam a concluir, que o criacionismo é uma opção séria e digna de crédito para quem quer construir visões.
A visão naturalista, em voga nos meios intelectuais e nas universidades, também assenta sobre uma trindade criadora: acaso, tempo e seleção natural.
O problema está em mostrar como sua atuação permitiu a origem do mundo, das cousas e dos seres.
O acaso é cego e marcado pela improbabilidade.
O tempo, especialmente o correr de muito tempo, é tido como sendo capaz de tornar provável o improvável. É verdade que o correr do tempo aumenta as probabilidades, mas ainda assim, no caso de probabilidades praticamente nulas, as leis estatísticas conspiram fortemente contra esses deuses milagreiros. Isso sem esquecer que o tempo marca tudo com decrepitude.
Quanto à seleção natural, sabe-se muito bem do que ela é capaz e seria bom perguntar quando, numa presumível história de evolução desde partículas, moléculas até seres e gentes, ela teria começado a operar e por que.
A visão naturalista, tanto quanto a visão criacionista, são emolduradas por pressuposições e atos de crença. A opção dependeria muito da formação, do contexto vivencial e da estrutura mental de cada um. É só pensar e escolher!
(Leia todo o artigo na Folha Criacionista impressa)