1. O que são as “espécies do livro de Gênesis”?
A Bíblia não diz nada acerca das “espécies do livro de Gênesis”. Nela a expressão “segundo a sua espécie” é usada para descrever a variedade de plantas e animais que Deus criou (Gênesis 1), ou aquelas que foram salvas na arca (Gênesis 6:20), ou aquelas que são limpas ou impuras para se comer (Levíticos 11). O termo “espécies do livro de Gênesis” foi proposto por criacionistas para se referir à ideia de que Deus criou originalmente muitos grupos separados de indivíduos que podiam cruzar entre si, dos quais resultou a diversidade de plantas e animais que vivem hoje (1).
2. Deus mandou os animais se reproduzirem apenas segundo a sua espécie?
Não, não há um tal mandamento. Procure isto na Bíblia, se não acreditar.
3. Como explicamos a existência de predadores e criaturas venenosas?
A Bíblia não diz como se originaram, mas afirma que a natureza mudou devido ao pecado de Adão (Gênesis 3:14, 18; Romanos 8:20). Aparentemente, Adão foi criado para ser um dos “filhos de Deus” (Lucas 3:38; Jó 1:6). Devido ao seu pecado, Adão perdeu o controle do mundo para Satanás (João 12:31; Jó 1:6,7; Jó 2:1,2). Portanto, a predação e outros males são responsabilidade de Satanás. Quando o mundo for restaurado, estas coisas não mais existirão (Isaías 11:6-9; Isaías 65:25; Apocalipse 21:4; Apocalipse 22:3).
4. Há algum limite para a mudança nas espécies?
A Bíblia não aborda este ponto, mas a ciência mostra que as variações são limitadas. Não existe um sistema para quantificar diferenças morfológicas entre espécies, de forma que os limites não podem ser quantificados. Entretanto, milhares de experimentos têm sido feitos por criadores e geneticistas e muita informação já foi acumulada. As espécies têm uma grande capacidade para variação e podem produzir novas variedades e espécies, mas parece implausível que este tipo de variação possa se acumular para a produção de novos órgãos ou novos planos corporais. Por outro lado, a existência de predadores e parasitas sugere que algumas espécies passaram por uma considerável mudança. Ainda não foi completamente demonstrado o mecanismo destas mudanças (2).
5. Qual é a categoria taxonômica que mais se aproxima da categoria criada originalmente?
Pode não haver nenhuma resposta universal para esta pergunta. Unidades taxonômicas, tais como gênero, família, ordem, etc., são definidas subjetivamente. Não há uma medida quantitativa que possa servir para definir diferenças morfológicas entre espécies. Duas famílias de estrelas-do-mar são tão semelhantes uma à outra quanto duas famílias de répteis ou duas famílias de algas? (3) Se alguém quiser uma estimativa, parece que família pode ser uma boa aproximação para alguns grupos. Entretanto, isto deve ser considerado apenas uma estimativa. Simplesmente, não sabemos a resposta.
6. As espécies podem mudar com rapidez suficiente para produzir a biodiversidade atual num tempo relativamente curto?
Não sabemos quanta mudança é requerida para explicar a presente biodiversidade porque desconhecemos o ponto de partida. Os cientistas sabem que as espécies podem mudar com muita rapidez (4). A maioria das mudanças são pequenas, como as que podem distinguir uma espécie ou um gênero. Se as mudanças forem originadas por agentes inteligentes, fica difícil predizer os resultados.
7. Como explicamos as semelhanças moleculares e genéticas de seres humanos com os chimpanzés?
Não sabemos exatamente como as moléculas de DNA regulam a construção de corpos, mas acreditamos que há uma relação entre as sequências de DNA e a forma e funções do corpo. Se for assim, deve-se esperar que corpos similares tenham sequências de DNA similares. Portanto, pode-se esperar que seres humanos e chimpanzés tenham entre si uma similaridade de DNA maior do que com pinheiros, por exemplo. Entretanto, as similaridades entre seres humanos e chimpanzés são notáveis, e é compreensível que os evolucionistas as expliquem como o resultado de ancestralidade comum (5). De fato, as semelhanças no DNA são tão grandes que se pergunta por que as duas espécies são tão diferentes. O que os faz diferentes? Não sabemos. A menos que apreendamos como as diferenças entre as espécies são produzidas, provavelmente não entenderemos o significado das similaridades entre seres humanos e chimpanzés.
8. Que problemas não resolvidos sobre mudanças nas espécies são de maior preocupação?
Como eram os animais originalmente criados? Por que os seres humanos são tão semelhantes a outros animais, especialmente aos macacos?
Notas para as perguntas sobre mudanças nas espécies
- Marsh F. L. 1947. “Evolution, creation and science”. 2d edition. Washington DC: Review and Herald Publishing Assn. Nas páginas 174-175, é feita referência ao termo “baramin”, um termo cunhado por Marsh anteriormente (ver a nota de Marsh na pág. 174).
- Ver: (a) Brand L. R., Gibson L. J. 1993. “An interventionist theory of natural selection and biological change within limits”. Origins 20:60-82; (b) Lester L. P., Bohlin R. G. 1984. “The natural limits to biological change”. Grand Rapids, MI: Zondervan.
- Van Valen, L. 1973. “Are categories in phyla comparable?” Taxon 22:333-359.
- Os pseudogenes proporcionam um exemplo importante. Para um ponto de vista evolucionista, ver: Max E. 1987. “Plagiarized error and molecular genetics”. Creation/Evolution 6(9):34-45. Para reações contrárias, ver: (a) Gilbert G. 1992. “In search of Genesis and the pseudogene”. Spectrum 22(4):10-21; (b) Gibson L. J. 1994. “Pseudogenes and origins”. Origins 21:91-108.
- Os pseudogenes fornecem um exemplo importante. Ver um ponto de vista evolucionista em: Max E. 1987. “Plagiarized errors and molecular genetics”. Creation/Evolution 6(9):34-45. Para uma opinião contrastante, ver: (a) Gilbert G. 1992. “In search of Genesis and the pseudogene”. Spectrum 22(4):10-21; (b) Gibson L. J. 1994. “Pseudogenes and origins”. Origins 21:91-108.