“No princípio criou Deus os Céus e a Terra”. “E disse Deus: Façamos o homem à nos- sa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes domar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a Terra”. (Livro de Gênesis, capítulo 1, versículos 1 e 26).

Ao ser publicada a primeira edição do livro de Charles Dar- win “A Origem das Espécies”, em 24 de novembro de 1859, foram esgotados os seus 1250 exemplares no mesmo dia. O mundo aguardava uma teoria com suficiente prestígio científico para tornar obsoletos tanto a Bíblia como Deus, e muitos imediatamente engrossaram o coro do Darwinismo. George Bernard Shaw (1856-1950) descreveu o alívio do homem ao se livrar de Deus, e declarou que “o mundo pressurosamente aceitou a Dar- win”. (1)

Grande número de clérigos integrou então aquele coro, e muitos mais ainda até os dias de hoje. A tentação, de fato, é mui- to grande. Por que não optar por uma solução de compromisso? Por que não ser “científico”, ou cientificamente respeitável? Ao ser assim questionado o relato bíblico da criação, por que não considerar outros artigos de fé e acomodá-los também à evolução? Por que arriscar-se a ser considerado ignorante e retrógrado?

Em seu livro “O ponto de vis- ta cristão da Ciência e as Escri- turas”, Bernard Ramm (1916- 1992) procurou “interpretações mais razoáveis e críveis, que não causassem embaraço a qualquer pessoa com mentalidade científica, porém também com convicções cristãs”. (2) O propósito de Ramm era harmonizar a Bíblia com a ciência moderna. É exequível tal posicionamento? Por que defender o criacionismo estrito, já fora-de-roda?

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