2. Como surgiu seu interesse pelo Criacionismo? Ruy Vieira: Meu interesse pelo Criacionismo surgiu ao me tornar Adventista e ler o relato bíblico da criação. Achei que deveria estudar mais profundamente a questão das origens, considerando a versão criacionista em confronto com a versão evolucionista que se tornou a “academicamente correta”.
3. Qual é a importância do Criacionismo dentro do Cristianismo? Ruy Vieira: O Cristianismo tem dois pilares básicos – Cristo na Criação, e Cristo na Redenção. Ambos os pilares relacionam-se entre si e com a questão da origem e do destino do ser humano. Cristo na Criação é o Criacionismo, que portanto integra o Cristianismo juntamente com o outro pilar – Cristo na Redenção.
4. Pode haver um casamento harmônico entre ciência e religião sem detrimento da fé? Ruy Vieira: Ciência e Religião, ambas, procuram a verdade, embora usando métodos distintos. Creio que não há como separar os campos da busca da verdade, pois a verdade é una e indivisível. Se a busca da verdade for sincera e despida de preconceitos, deverá haver harmonia entre as conclusões tiradas pelos dois métodos distintos.
5. Como foi criada a Sociedade Criacionista Brasileira? Ruy Vieira: A Sociedade Criacionista Brasileira foi criada há 29 anos (em 1972), com a intenção de divulgar no Brasil o Criacionismo Bíblico, suprindo a lacuna então existente quanto à literatura em língua portuguesa sobre a controvérsia criacionismo / evolucionismo nos meios mais cultos de nossa sociedade.
6. Autores e obras que recomendaria aos que estão interessados em conhecer mais sobre o Criacionismo? Ruy Vieira: Recomendamos a literatura divulgada nos 61 números da Folha Criacionista até hoje publicados, cuja lista pode ser acessada no “site” da Sociedade Criacionista Brasileira (http://www.scb.org.br ) no item “Índice Temático”, ou solicitada através de nosso endereço postal (e-mail: scb@scb.org.br ou Caixa Postal 08660 – CEP: 70312-970 – Brasília DF BRASIL).
7. Qual é o maior desafio que o conceito ” Deus é o Criador” enfrenta nos dias de hoje? Ruy Vieira: Creio que o conceito “Deus é o Criador” enfrenta particularmente o desafio do “cientificismo”, que entendo ser um dos aspectos daquilo que o apóstolo São Paulo chamou de “a falsamente chamada ciência”. Ciência verdadeira e religião verdadeira convergem em seus objetivos, mas a “falsa ciência” é preconceituosa, perseguidora das dissidências, arrogante e orgulhosa.
8. O que pode significar para os que aceitam a Bíblia, mas não crêem na literalidade de Gênesis 1? Ruy Vieira: Creio que os que não aceitam a literalidade de Gênesis não tiveram a oportunidade de estudar mais a fundo a questão. Nossa contribuição para melhor esclarecer esse assunto encontra-se nos artigos publicados nos números 52 e 53 da Folha Criacionista.
9. Concorda com a expectativa de que muito em breve encontraremos fósseis ou indícios de povos ante-diluvianos? Ruy Vieira: Subjetivamente, sim. Objetivamente, dificilmente!
10. Na sua opinião, por que nos EUA e Europa, encontramos maior interesse e desenvolvimento no campo da pesquisa criacionista? Existe expectativa de crescimento semelhante no Brasil? Ruy Vieira: Entendo que o conflito Criacionismo / Evolucionismo envolve mais diretamente aspectos culturais (que sem dúvida giram em torno da concepção de um Deus Criador e da instituição do sábado como memorial da Criação). Como culturalmente nosso país ainda engatinha, talvez essa possa ser a resposta a esta questão. Mas nos últimos 30 anos o interesse pelo assunto no Brasil tem crescido significativamente.
11. A ciência é necessária na vida do Cristão? Ruy Vieira: A ciência tal como conceituada biblicamente, sim! Ver nosso artigo na Folha Criacionista número 59 sobre o conceito de ciência na Bíblia.
Síntese do “curriculum vitae” de Ruy Carlos de Camargo Vieira (na época da entrevista)
- Engenheiro Mecânico e Eletricista, formado em 1953 pela Escola Politécnica da USP.
- Professor no Instituto Tecnológico de Aeronáutica, e na Escola de Engenharia de São Carlos (1954 a 1985).
- Professor Doutor Livre-docente e Catedrático por concurso na Universidade de São Paulo.
- Atividades de pesquisa e orientação de numerosos mestrados e doutorados na área de Mecânica dos Fluidos e aplicações (1962 a 1985).
- Vários artigos apresentados em Congressos realizados no Brasil e no exterior sobre Mecânica dos Fluidos, e sobre ensino de Engenharia e Tecnologia.
- Numerosas publicações sobre Mecânica dos Fluidos e sobre o ensino de Engenharia e Tecnologia.
- Membro Fundador da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (1974).
- Diretor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo em duas gestões, de 1979 a 1985.
- Membro do Conselho Federal de Educação, de 1974 a 1980.
- Secretário Adjunto da Secretaria de Educação Superior do MEC, de 1976 a 1979 e Sub-Secretário de Política de Educação Superior da Secretaria de Educação Superior do MEC, de 1986 a 1988.
- Membro e Coordenador da Comissão de Especialistas de Ensino de Engenharia do MEC, em várias gestões (1972 a 1985).
- Presidente da Associação Brasileira de Ensino de Engenharia em três gestões.
- Vice-Presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, em 1981.
- Consultoria a firmas de Engenharia e a instituições diversas, sobre assuntos relativos a Mecânica dos Fluidos, e a educação em várias áreas da Engenharia e da Tecnologia (1962 a 1985).
- Atualmente, Consultor da Secretaria de Educação Média e Tecnológica do MEC, contratado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, e representante do MEC no Conselho Superior da Agência Espacial Brasileira (desde 1997).
- Tesoureiro da Sociedade Bíblica do Brasil (quatro gestões).
- Fundador e Presidente da Sociedade Criacionista Brasileira (desde 1972)
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