William H. Shea
(M.D., Loma Linda University; Ph.D., Universidade de Michigan) é diretor-associado do Instituto de Pesquisa Bíblica na Associação Geral. Seu endereço: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600; E.U.A.
Um exame da evidência arqueológica e das tradições linguísticas e literárias mostra que a simples inundação de um vale da Mesopotâmia não pode explicar adequadamente o dilúvio bíblico.
Criacionistas e evolucionistas discordam quanto ao Dilúvio. Os criacionistas argumentam que a Bíblia é um documento divinamente inspirado e que seu registro do Dilúvio descreve um acontecimento histórico real, um dilúvio universal. Os evolucionistas respondem à narrativa bíblica de diversos modos. Alguns a rejeitam como não histórica e indigna de consideração séria. Outros, contudo, dão uma explicação que não concorda com a opinião criacionista. Sugerem que houve um acontecimento histórico que fornece a base para a história, mas que a história tem sido muito exagerada em relação ao acontecimento original. Pensam que houve uma inundação local grave no rio Tigre ou no Eufrates (ou em ambos), e que essa inundação foi ampliada de tal modo que quando o relato chegou ao escritor ou escritores bíblicos, foi considerado um dilúvio universal.
A teoria de uma inundação local
Esta teoria começou com um arqueólogo. Sir Leonard Woolley estava escavando em Ur, no sul do Iraque, no final da década de 1920, quando numa trincheira particularmente profunda seus operários chegaram a um depósito estéril de argila sem mais nenhum traço de civilização. Fez com que os operários continuassem a cavar através desse sedimento. Mais no fundo chegaram a uma nova camada de ocupação. De pé na trincheira com um dos operários e sua esposa, ele perguntou: “Vocês sabem o que é isso, não sabem?” O operário olhou surpreso, mas a esposa prontamente respondeu: “É o dilúvio de Noé!” E assim nasceu a teoria de uma inundação local na Mesopotâmia como a explicação do dilúvio bíblico.
Depois da Segunda Guerra Mundial, Sir Max Mallowan, cavando em Nimrud (Calah), propôs uma revisão da teoria de Woolley. Ele queria atribuir o dilúvio bíblico a um nível diferente de depósito aluvial em outros lugares na Mesopotâmia. Ao passo que o dilúvio de Woolley tivesse sido fixado por volta de 3500 a.C. na maneira convencional de datação arqueológica, o professor Mallowan propôs a data de 2900 a.C. à camada que deu origem às histórias na Mesopotâmia, e depois na Bíblia, de um dilúvio.
Nosso propósito aqui não é avaliar ou endossar essas datas arqueológicas, mas usá-las como base para comparação. A teoria de uma inundação local levanta muitos problemas, os quais podem ser examinados de três perspectivas diferentes: arqueologia, linguística e tradições literárias. Tal exame vai determinar se a história bíblica do dilúvio remonta à história da inundação local de um rio na Mesopotâmia, ou à Bíblia como o registro histórico de um dilúvio universal.
O teste da arqueologia
Tratando-se da arqueologia, há dificuldade enorme em tentar achar o estrato correto em várias cidades para fazer a ligação com o dilúvio bíblico. A razão é que há diferentes níveis da inundação em diferentes cidades da Mesopotâmia, e outras cidades sem nenhum sinal de níveis de inundação. Assim o quadro das inundações locais na Mesopotâmia é como uma colcha-de-retalhos na qual muitos dos retalhos diferem uns dos outros.
Considere os depósitos do período que Woolley preferiu como fornecendo uma explicação para o Dilúvio. Eles foram encontrados em apenas dois lugares: Ur e Nínive. As diferenças entre esses dois locais deviam ser notadas. Nínive fica sobre o Tigre, no norte do Iraque. Ur está localizada num canal que sai do Eufrates, no sul do Iraque. Assim, essas duas cidades estão em extremos opostos do país e ficam sobre rios diferentes. Nenhum dos outros lugares intermediários que foram escavados produziu o mesmo nível de “inundação”. O trabalho de Woolley mostra que a inundação nem cobriu toda a cidade de Ur. Os habitantes locais podem ter considerado a inundação como algo sério, mas nem de longe foi na escala que podia ter sido ampliada em proporções universais.
Bem, que tal o nível da inundação fixada em 2900 a.C.? Aqui pelo menos temos que ver com quatro cidades: Kish, Shuruppak, Uruk (a Ereque bíblica) e Lagash. Kish, dessas quatro cidades, é a que fica mais ao norte, perto de Babilônia. Shuruppak estava localizada num canal, no centro-sul da Mesopotâmia. É famosa na tradição literária como a cidade da qual Atra-hasis, o herói do dilúvio, saiu. Uruk está situada no mesmo canal que Shuruppak, mas bem mais para o sul. Lagash está situada num canal mais para o leste, no sul da Mesopotâmia. A camada de solo estéril de Lagash, contudo, talvez não tenha vindo da inundação de um rio local ou de um canal, mas sim da fundação de um dos templos de Lagash, de acordo com André Parrot, que escavou Telloh em 1930 e 1931.
As escavações em Kish levaram a quatro níveis diferentes de argila, e não um. Estendiam-se sobre um período de quatro séculos, segundo os escavadores. O mais antigo foi fixado por volta de 3300 a.C., o último, em 2900 a.C. O estrato superior tinha cerca de 30 cm de espessura. A questão então é: qual desses quatro níveis locais de inundação devia ser escolhido como a base para construir uma lenda de dilúvio para o texto bíblico? Nenhum deles parece ser tão importante, e a multiplicidade de camadas diminui o entusiasmo em identificar qualquer deles com a história bíblica.
Os outros dois lugares poderiam parecer candidatos um pouco mais legítimos. Shuruppak, a moderna Tell Fara, foi escavada por Eric Schmidt. Em suas escavações de 1930 e 1931, Schmidt achou um depósito aluvial da espessura de 60 cm, que datava do começo do terceiro milênio a.C. Uruk estava localizada no mesmo canal, mas a uma boa distância mais para o sul. Julius Jordan em suas escavações de 1929 achou aí um estrato estéril de um metro e meio.
Assim, dos quatro lugares envolvidos nesse período de tempo, um tinha níveis múltiplos de sedimento de inundação local; um não tinha sedimento algum de inundação; e dois tinham dois níveis de sedimento. Isso se compara com os dois lugares do período anterior, que também tinham sedimentos. Assim, umas compensam as outras, as inundações anteriores e posteriores. As inundações continuam até os tempos modernos. Houve uma grande inundação na região central do Iraque, em 1948.
É interessante observar que a maior parte desses lugares foi escavada mais ou menos ao mesmo tempo, entre 1929 e 1932. Assim, a história local do dilúvio parece ser uma ideia em voga por volta de 1930, motivada pela sugestão de Woolley.
Quando o caso é considerado como um todo, contudo, há muito pouca prova arqueológica para tal teoria. Os sedimentos de inundações junto aos rios eram irregulares, ora afetando uma cidade, e não outra, nas proximidades. Dos seis lugares estudados deste ponto de vista, somente um deles era situado sobre um grande rio: Nínive, sobre o Tigre. O resto era situado sobre canais que saíam dos rios, e não sobre os rios mesmos. Assim, devia-se provavelmente chamar essa teoria, a teoria do Dilúvio oriunda de canais na Mesopotâmia.
O teste da linguística
O povo que vivia nessa área durante essas inundações fluviais, estava bem familiarizado com elas e as descreviam de vários modos. Tinham, contudo, um outro termo para o Grande Dilúvio. Esse termo era abubu, em acádio. Este termo foi usado para o Grande Dilúvio através do qual o herói do Dilúvio salvou sua família por meio da arca. O termo nunca foi usado para inundações locais. Foi empregado de um outro modo, porém, para descrever o ataque das hordas assírias sob certos reis. Nestes casos, o exército assírio esmagava seus inimigos como o abubu. O paralelo é bem mais válido quando comparado com o Grande Dilúvio da Mesopotâmia do que com uma inundação de um rio local. É assim que os reis assírios queriam dizer quão fortes eles eram.
O hebraico bíblico faz algo semelhante. Tem um termo especial para o dilúvio de Noé, e essa palavra é mabbul. O termo é usado em apenas dois lugares, em Gênesis 6-9 e Salmo 29. O Salmo 29 diz que “O Senhor Se assentou sobre o dilúvio” (v. 10). Isto quer dizer o dilúvio de Noé, não apenas qualquer inundação de um rio local. Este é um salmo que descreve a tempestade do poder divino. Baal não é o deus da tempestade. Jeová é, e Ele controla os elementos da Natureza segundo Seu propósito. Isto era verdade mesmo durante o maior cataclisma que este mundo jamais vira no passado, o dilúvio de Noé. Do mesmo modo que os reis da Assíria comparavam o poderio de seu exército com a maior potência jamais vista na Natureza, assim Deus compara Seu poder sobre a Natureza com a maior demonstração de Seu poder jamais vista na Terra.
Pode haver uma relação entre os dois termos. Não é certo se o da língua semítica oriental acrescentou as consoantes quando foi adotado pelo semítico ocidental, ou vice-versa, se o termo caminhou na direção oposta. Isso dá o termo composto de (m)abubu(l). A etimologia do termo é obscura em ambas as línguas, mas aquilo a que se aplica é eminentemente claro: Era empregado somente para o Grande Dilúvio nas duas línguas, e não era usado para nenhuma inundação no vale de um rio local.
O teste de tradições literárias
As histórias do Dilúvio têm dois elementos principais. Um trata da extensão do Dilúvio em termos de descrição; o outro trata dos resultados. Em ambos os casos, nas duas culturas e em ambas as línguas, a diferença entre o Grande Dilúvio e as inundações locais era bem reconhecida. O primeiro aspecto disso é a questão da terminologia inclusiva, como se vê na história do dilúvio bíblico. A questão aqui é: Quão inclusiva era aquela língua? Gerhard Hasel tratou deste assunto em seu artigo “The Biblical View of the Extent of the Flood” (ver “Bibliografia”). Como Hasel assinala, a frase “a face de toda a terra” é usada 46 vezes em Gênesis 6-9. A frase “toda carne” é usada 13 vezes. A frase “toda criatura vivente” é usada três vezes. E Gênesis 7:19 reza “debaixo do céu”. Estas frases referem-se à extensão do Dilúvio. É verdade que no hebraico o termo todo nem sempre significa 100 por cento, mas aqui em Gênesis 6-9, onde é apoiado pela multiplicidade de tais expressões, certamente devia significar isto.
A versão do Dilúvio que se acha no poema de Gilgamés diz o mesmo: “toda a humanidade virou barro” (XI:133). Utnapishtim, o herói do dilúvio, abriu a janela de sua arca e contemplou a terra seca. É também interessante notar que não foi a subida dos rios por causa da fusão da neve na Anatólia que causou o dilúvio. Segundo Utnapishtim, foi a tempestade que causou o dilúvio; uma tempestade vinda das nuvens, acompanhada de relâmpagos no céu. Quando prestes a testar as possibilidades de abandonar a arca, ele também soltou aves, como Noé. Os primeiros dois pássaros, uma pomba e uma andorinha, voltaram à arca porque “nenhum lugar de pouso era visível” (XI:148, 151). Não há dúvida aqui sobre a extensão vasta do dilúvio.
A parte sobre a tempestade que provocou o dilúvio falta no tablete do Gênesis sumério de Eridu e do épico de Atra-hasis. Mas as partes que sobreviveram nos contam da seqüela no panteão. Uma disputa extraordinária surgiu entre os deuses. A maior parte deles estava arrependida de ter trazido o dilúvio e destruído a humanidade. Enlil, porém, o primeiro ministro entre os deuses e o maior culpado de causar o dilúvio, teve a reação oposta. Ele descobriu que algumas pessoas tinham escapado do dilúvio e sobrevivido. Ficou furioso. O propósito do dilúvio era acabar com toda a humanidade, e o fato de que alguns escaparam era absolutamente contrário a seu desígnio. Daí seu furor. Ele tinha sido enganado por Enki (Ea), o deus da sabedoria, que dissera ao herói do dilúvio que construísse um barco e recolhesse a bordo sua família e os animais para escapar ao dilúvio.
Parte do diálogo pode ser recuperada do épico de Atra-hasis. A deusa que tinha dado forma à humanidade lamentava a decisão de trazer o dilúvio: “Na assembléia dos deuses, como comandei eu, junto com eles, destruição total?” Ela lamenta que Anu, o deus principal, concordou com essa decisão: “Aquele que não considerou mas causou o dilúvio e consignou os povos à destruição?” Uma vez mais pergunta aonde foram os deuses: “Aqueles que não consideraram, mas causaram um dilúvio e consignaram os povos à destruição? Vós decidistes sobre destruição total” (Atra-hasis, págs. 95, 97, 99). A ira de Enlil é revelada quando ele indaga: “Onde escapou a vida? Como sobreviveu o homem à destruição?” (Idem, pág. 101). Enki tem de confessar que foi ele o “responsável por salvar vidas”. A mesma idéia é expressa pela informação que Enki deu a Ziusudra, o herói do dilúvio na versão suméria. Ao adverti-lo para se preparar para o dilúvio iminente ele disse: “A decisão de que a humanidade devesse ser destruída foi feita; um veredito, uma ordem pela assembléia [divina], não pode ser revogada” (Journal of Biblical Literature 100 [1981]: 523).
De tudo isto se infere que era intenção de Enlil destruir toda a humanidade com o dilúvio. Os deuses na assembléia votaram a favor, mas se arrependeram depois. Mas quando uma parte da humanidade escapou, o intento de Enlil foi frustrado e ele irou-se porque tinha resolvido destruir todo ser humano, e foi somente porque Enki o enganou que algumas pessoas escaparam.
A narrativa bíblica do Dilúvio se aproxima desta, mas faz uma distinção moral que não consta na versão mesopotâmica. Deus estava aborrecido com a impiedade da humanidade, mas decidiu salvar os poucos justos por meio da arca de Noé (Gênesis 6:4-8). Não se poderia fazer isto, nem na escala bíblica, nem na de Babilônia, somente com uma inundação local. Requer-se um dilúvio universal para se destruir a humanidade.
Inundações em Marte?
Como poderia Marte ter um dilúvio? Contudo, como se poderia explicar a presença de vales ligados entre si, marcas gigantescas de erosão, paredes de crateras desgastadas e canais enormes? Parece que uma inundação catastrófica ocorreu outrora no “planeta vermelho”, com rios gigantescos de mais de 100 km de largura, talvez com 500 metros de profundidade, com água correndo com a velocidade de até 200 km por hora. 1 Marte poderia ter um oceano que continha mais água que o Caribe e o Mediterrâneo juntos. Calculou-se que as inundações poderiam ter enchido o oceano de Marte em poucas semanas.
De onde veio a água e onde está agora? A água parece ter jorrado com força de grandes fraturas na superfície de Marte, como as “fontes do abismo”. Por que jorraram subitamente e para onde foram, são perguntas sem resposta. Mas a evidência de inundação lá está. Pode-se ter uma ideia do fenômeno visitando o Channeled Scabland do leste do Estado de Washington, que também foi formado por uma inundação catastrófica sobre um terreno vulcânico. 2 Talvez umas das sondas enviadas a Marte revelará alguns dos mistérios das inundações marcianas.
Notas Bibliográficas
- V. R. Baker, “The Spokane Flood Controversy and the Martian Outflow Channels,” Science 202 (1979), pp. 1249-1256.
- V. R. Baker e outros, “Ancient Oceans, Ice Sheets and the Hydrological Cycle on Mars,” Nature 352 (1991), pp. 589-594.
Evidência geológica do dilúvio de Gênesis
Um acontecimento como o dilúvio narrado em Gênesis haveria de deixar evidência significativa nas camadas de rochas da terra. Quando essas camadas são examinadas, um número de descobertas importantes sugere uma interpretação na base de um dilúvio. Durante um dilúvio universal, havia-se de esperar atividade catastrófica tão rápida quanto extensa, e pode-se ver tal evidência. Devemos ter em mente, porém, que, ao tratar de um acontecimento passado como o Dilúvio, estamos lidando com interpretações e não com observações diretas.
Eis algumas das características das rochas que sugerem um dilúvio universal.
1. Sedimentos marinhos sobre os continentes. No mundo, cerca da metade dos sedimentos sobre os continentes atuais veio do mar. Como é que tanto material marinho se depositou sobre os continentes? Era de se esperar que ficasse no oceano. A distribuição extensa de oceanos sobre os continentes é certamente uma situação que difere de hoje — e ela é coerente com a crença num dilúvio universal.
2. Abundante atividade de água subterrânea nos continentes. Evidência disso é percebida em grandes “leques submarinhos” antigos e outros depósitos submarinhos, como as turvações encontradas nos continentes. Turvações são aglomerações de rochas, limo, areia e partículas de argila depositadas em camadas debaixo d’água. Estudos de turvações demonstraram que enormes depósitos de vários metros de espessura e cobrindo até 100 mil quilômetros quadrados podem ser depositados no oceano em questão de horas depois de terremotos. Milhares de camadas de sedimento sobre os continentes, outrora considerados como tendo sido depositados através de longos períodos em água raza, agora são vistos como depósitos rápidos de turvações, como se havia de esperar durante o dilúvio bíblico.
3. Distribuição ampla de sedimentos exóticos. Muitas camadas de sedimento exótico cobrem áreas tão grandes que é difícil crer que foram depositados lentamente sob condições não-catastróficas. Por exemplo: no oeste dos Estados Unidos, o conglomerado de Shinarump, que tem uma espessura de 30 metros, cobre quase 250 mil quilômetros quadrados. A formação Morrison, de 100 metros de espessura, que contém os restos de muitos dinossauros, se estende sobre mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, e o grupo Shinle, que encerra madeira petrificada, cobre 800 mil quilômetros quadrados.
4. Ausência de erosão nas lacunas das camadas sedimentares. Freqüentemente há lacunas na seqüência de camadas sedimentares de terra. Podemos identificar essas lacunas comparando-as com outras séries de camadas e fósseis encontrados alhures. Amiúde vastas camadas geológicas, datadas de uma época pela escala geológica padrão, jazem sob uma outra considerada muito mais recente. Os estratos que representam o longo tempo que se admitiu entre as camadas, faltam em algumas localidades. Contudo, nessas lacunas as camadas inferiores mostram pouca evidência de erosão que certamente teria ocorrido se tivessem existido por muitos milhões de anos. Com efeito, segundo a erosão média corrente, as camadas em questão — e muito mais — teriam sofrido erosão nesse período de tempo. A falta de erosão na maior parte destas lacunas sugere depósito rápido, como havia de se esperar no caso de um dilúvio, quando havia pouco tempo para a erosão.
5. Sistemas ecológicos incompletos. Em vários estratos que contêm fósseis, tais como o arenito de Coconino, da região do Grand Canyon, e a formação Morrison, do oeste dos Estados Unidos, achamos boa evidência de fósseis de animais, mas pouca ou nenhuma evidência de plantas. Os animais requereriam plantas como alimento. Contudo, poucas plantas foram encontradas no Morrison, que encerra restos de muitos dinossauros, e nenhuma planta foi encontrada no Coconino, com suas centenas de rastros de animais. Como poderiam os animais sobreviver durante milhões de anos sem nutrição adequada?
A seleção operada e a ação rápida que se havia de esperar das águas do Dilúvio parece ser uma explicação mais plausível.
Bibliografia Adicional
Sobre inundações locais de rios da Mesopotâmia e a evidência arqueológica, ver LLoyd R. Bailey, Noah: The Person and the Story in History and Tradition (Columbia: University of South Carolina, 1989), pp. 28-37.
Para a versão suméria, ver Thorkild Jacobsen, “The Eridu Genesis,” Journal of Biblical Literature 100 (1981): 513-529.
Para a história do dilúvio na Babilônia antiga, ver W. G. Lambert e A. R. Millard, Atra-hasis: The Babylonian Story of the Flood (Oxford: Clarendon, 1969).
Para a história do dilúvio neo-assíria, ver J. B. Pritchard, ed., Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old Testament (Princeton: Princeton University, 1955), pp. 93-96.
Para a linguagem bíblica quanto à extensão do Dilúvio, ver Gerhard F. Hasel, “The Biblical View of the Extent of the Flood,” Origins 2 (1975), pp. 77-95.
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